quarta-feira, 24 de abril de 2013

Um dia paradoxal com Pinzoh e Dona Nenzinha

Hoje o dia é, especialmente, paradoxal por dois motivos.


Primeiro, comemora-se o aniversário de meu inestimável amigo Josemar Martins, o Pinzoh, o qual tenho grande admiração. Falar sobre ‘tal’ é muito suspeito. O menino travesso que virou poeta, o homem da roça que virou Doutor. Na poesia brinca com as palavras, cometeu a própria arte e com a sua ‘loucura’ nos enxertou poemas escandalosos, segundo o próprio “coisas que os reis nos negam o direito”. Os tempos passaram, mas Pinzoh continuou sendo o “o mesmo outro”, no entanto, com esforço, dedicação e força de vontade, seguiu pelas veredas da Educação e fez-se Doutor. Agora o 'pintadinho’ como era chamado pelos colegas de escola nos tempos de São Bento, assim revelou Edelita dos Santos Souza, sua professora alfabetização, preenche espaços, "brancos, pretos, pouco, aos maços, contanto que lhe caiba inteiro”. Pinzoh também fez-se/faz-se poesia.

Josemar Martins noutros tempos. Foto: Blog do Pinzoh

O segundo motivo foi a triste notícia da morte de Maria Almeida de Araújo. Hoje Curaçá perdeu Dona Nenzinha, como era conhecida por todos nós. Uma das célebres testemunhas da nossa história, uma das professoras mais renomadas de Curaçá, que teve uma vida dedicada à educação. Partiu perto de completar 97 anos, no próximo dia 11 de maio, e deixou uma lacuna nos nossos corações. Estive presente algumas vezes na sua residência e pude observar tamanha presteza e sua dedicação aos estudos, na época eu estudava com Emanuella Araújo, uma de suas netas. Dona Nenzinha será sempre um exemplo de mulher, sua história será sempre contada por nós curaçaenses, sua memória permanecerá viva e atravessará os tempos. Assim, como já está registrada no Livro Herdeiras de Feliciana - Perfis de Mulheres de Curaçá, de Alinne Suanne Torres, sua história será contada por muitos outros, será citada em pesquisas, artigos e livros. No dia de sua entrevista com Alinne, Dona Nenzinha encerrou com as seguintes palavras, as quais peço licença para repeti-las: “continuem estudando, sejam pessoas honestas e direitas. Muita coisa depende da gente mesmo e não dos outros. As pessoas que procuram proceder bem, tudo fica mais fácil”. Foi uma mulher cuja energia era contagiante e pessoas assim nunca morrem.

Pinzoh e Dona Nenzinha, ambos dedicados à educação, ambos exemplos de pessoas. Curaçá agradece suas contribuições. 

À Josemar Pinzoh, desejo muitas felicidades, que você continue ins-pirando poetas, escritores e 'loucos'. 

À Dona Nenzinha, peço que Deus a receba com todo o seu esplendor. Um grandioso abraço à família, na pessoa de Emanuella De Araújo Carvalho. Força sempre!

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