domingo, 26 de maio de 2013

É proibido proibir ouvir Zito Torres

Ah Durvalzito, quão grande é tua obra que tanto alegra, que arranca risos e lágrimas, mas, inevitavelmente, incomoda e envergonha ‘falsos moralistas’. “Mãe tô no cabaré de Juazeiro; mãe, e sou punheteiro”. O quem é que tem de mais na frase, além da sua confissão? Quem não sabe o que é um cabaré ou uma punheta? Pois é, no mundo de hoje está tudo tão mais explícito e escancarado, seja na música, na dança, nos filmes e novelas ou nas redes sociais. E Zito soltou o verbo, usou o talento e a criatividade para poetizar a putaria. Do seu jeito. E 'noutros tempos'.

Já são 20 anos sem o glorioso Zito Torres. Eu tenho algumas vagas memórias, umas três ou quatro talvez, inclusive do dia da sua morte. Tive a oportunidade de conhecê-lo graças a visitas constantes de meu pai à sua residência, salvo engano, aos fundos, existia um bar onde amigos se reuniam para jogar baralho, dominó, falar de futebol e tomar cervejas. Sem dúvidas, meu pai e Zito, eram amigos, talvez, desde os tempos de polícia e de delegacia, onde ambos trabalharam. O fato é que eu o incorporei às minhas lembranças e não poderia deixar de falar de suas lindas poesias, de seus versos dedicados e da sua devassidão (poética), esta última foi o motivo deste texto. Ele, realmente, era o cara. Ele, assim como todo artista, despertou o ódio e o amor, arrancou vaias e aplausos, mereceu críticas e elogios. Para ele, prefiro usar sempre os da segunda opção.

Zito Torres e a Olivetti: dedos para que te quero! 

Se ainda hoje encontramos gente que repudia seus versos, imaginem isso cantado e declamado uns 30 anos atrás. E quem não fez ou faz o que ele diz? Quem não sabe o que essas “palavrinhas" significam? Ainda ontem resolvi compartilhar o áudio de uma fita gravada pelo próprio (na 'sua' gravadora intitulada "mono-cocó") e dedicada a Davi (filho de Seu Zé de Roque) que, na época, morava em Salvador (talvez ele ainda esteja por lá). Vixe! Deu o que falar. A lado “A” da fita era só putaria. Zito cantava seu povo. São paródias, histórias, encontros e festinhas, tudo muito bem descrito (cantado e declamado). Ele sabia como ninguém adjetivar seus amigos. No lado “B” ele ameniza e diz: “eu vou retificar o que eu disse anteriormente, vou gravar agora as músicas de minha autoria, para que o amigos de Davi aí em Salvador não tenham uma impressão tão má de Zito Torres, eu gravei o lado mau, agora vou cantar o lado bom”. E cantou Homenagem a Curaçá, o qual roubarei um trecho para encerrar este texto: “saia quem quiser sair, mas Zito não sai daqui”, e nem eu! Salve, salve Zito Torres, e que ele perdoe os “falsos moralistas”.

Ah, tem mais! Zito é grande. E ninguém tirará o seu brilho. Muito menos quem sequer conhece a história de Curaçá e nem sabe quem foi Durvalzito Dias Torres e o que ele representa para nós. Nos diários de Dona Nenzinha, a própria registrou em 13 de maio de 1991: “ofereceram-se...o violão vibrante de Zito Torres - Patrimônio de Curaçá”. Aí está uma boa definição de alguém que entende, que conheceu nossa história e nosso povo como ninguém. Zito, assim como seu violão, era vibrante


Ah, esses moralistas... Não há nada que empeste mais do que um desinfetante!

Um comentário:

  1. cada um curti o que quer; pós existem milhares d pornografia nas redes sociais, em zito torres séria só mas uma graça a expandir para os que gostam; quem não gosta é só não ouvir

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