quinta-feira, 6 de junho de 2013

Parabéns Curaçá

Fico a me perguntar, o que seria da nossa história ‘sem’ João Mattos e seu magnífico trabalho “Descripção Histórica e Geographica do Município de Curaçá”? Tal obra foi inicialmente apresentada no 5º Congresso Brasileiro de Geografia nos idos de 1916 e 10 anos depois fez-se livro. O seu trabalho foi unanimemente aprovado pela comissão avaliadora e o relator do parecer disse: “Mattos discorre com habilidade e argúcia sobre Curaçá, narra lacônica e abreviadamente os acontecimentos históricos do município”. O “breve” trabalho de João Mattos serviu de base para tantos outros. E, ainda hoje, após quase cem anos ele é a principal referência de resgate e registro da memória de “Pambú - Capim Grosso - Curaçá”. Sem ele ficaria bem mais difícil desvendar certos mistérios que ainda nos rodeiam. O Livro do Centenário de Curaçá reproduz alguns trechos de sua pesquisa e o sociólogo Esmeraldo Lopes sempre o menciona em Caminhos de Curaçá. Talvez esteja contido nestas três obras, a maior parte de registros de nossa história. 


Confesso que não entendo o porquê da pouca valorização da nossa história e dos nossos filhos. Pouco se vê a divulgação destes trabalhos. Se não fosse por eles, talvez vivêssemos num vazio, num mundo sem lembranças e de memórias perdidas e apagadas pela atrocidade do tempo.

Igreja Matriz, construída em 1819, bem antes de Curaçá ser Curaçá. Foto: Google

Há exatos 60 anos, comemorávamos o 1º Centenário, isso considerando a Lei Provincial nº 488 de 06 de junho de 1953, conforme registrado nas páginas 37 e 83 do livro de João Mattos, que transferiu para o então Porto do Capim Grosso, no Sítio Bom Jesus, que mais tarde teve o nome alterado para Curaçá, a sede da Vila de Santo Antônio do Pambú. Uma nova história começou ali, permeada de tantas outras de épocas imemoriais. 

Hoje Curaçá completa 160 anos a contar desde o dia da transferência de Pambú para Capim Grosso. Foi a partir desta data que nos tornamos o que somos hoje. É o que temos de referência e mesmo a sua instalação tendo ocorrido depois, o dia 6 de junho é um marco na gloriosa história de Curaçá. E se antes, há muito tempo, houve uma “grande festa" para comemorá-la, hoje sequer hasteamos nossa bandeira, cantamos o nosso “hino”, falamos sobre nossos antepassados, contamos histórias. E pior, sequer lembramos.

Talvez no próximo mês, no mesmo dia 6, comemoremos os 181 anos de história de “Pambú - Capim Grosso - Curaçá”. Mas hoje, o dia passou despercebido. 




Nenhum comentário:

Postar um comentário